quinta-feira, 24 de março de 2011

Paint - Nelena

Era real. Mais real do que eu imaginava. A água era real, a areia era real, a brisa era real. Não era um sonho.
Fechou os olhos novamente e respirou fundo. O que faria agora? Onde colocaria tudo aquilo? Assim que abriu os olhos viu o tapete boiando um pouco além do criado mudo. Como aquilo aconteceu?
Olhando para o relógio encharcado decidiu não pensar muito e ir trabalhar. Assim que saiu da cama, sentiu a areia acariciar os pés. O que Demi diria quando soubesse que o apartamento, que dividiam, agora era uma praia?! Não queria nem imaginar.
Abriu a porta de sua clínica veterinária devagar, nunca se sabe se vai ter uma cachoeira lá dentro! Tudo parecia normal, os gatos começaram a miar assim que ela entrou. Amava bichos desde a infância e aquela clínica era a sua vida. Podia não ser muito lucrativa, mas agora trabalhava com o que gostava e se orgulhava por ser uma médica competente.
Agora havia uma placa na frente da sua clínica com o seu nome: Selena Gomez. Sua vida profissional era muito boa, já a pessoal não estava nem perto disso. Há cinco anos não tinha um namorado e às vezes se sentia muito só, uma vez que Demi viajava mais do que ficava em casa.
O expediente havia acabado e o dia não fora muito favorável, mal conseguiu se concentrar no pouco trabalho que tinha: dois gatos com raiva e uma cadela grávida.
Tinha muita esperança de chegar em casa não ter uma praia em seu apartamento. Doce ilusão! Quase se afogou quando foi até a cozinha preparar um sanduíche.
Comeu bem rápido para depois ir se dedicar a sua segunda paixão: a pintura.
Comprara algumas telas novas de uma senhora muito bondosa e já experimentara numa delas. Havia desenhado uma praia muito bonita e a tela ainda estava no chão do seu quarto e em todo o apartamento, não acreditava que elas fossem mágicas, mas também desconhecia o motivo do seu apartamento estar do jeito que estava. Numa idéia louca, decidiu pintar um homem caminhando para a praia, com roupas leves, os cabelos escuros esvoaçando ao vento e as ondas se agitando. Como sempre, a pintura ficou magnífica, ela tirou a tela do suporte e a colocou no chão ao lado da pintura da praia.
Saindo do quarto, foi assistir um pouco de televisão, mas ainda durante o telejornal, acabou dormindo. Acordou com a sensação de estar sendo acariciada no rosto. Abriu os olhos devagar com medo de perder aquele contato, que há muito tempo não sentia.
A imagem do homem de cabelos escuros desarrumados e bermuda lhe assustou por alguns instantes, porém, logo se lembrou da praia-apartamento e da tela pintada no dia anterior.
- O que é você?
- Hã?! - respondeu o rapaz se afastando e enterrando mais e mais os pés na areia.
- Como chegou aqui? - Com as mãos ele fez um gesto de indiferença. Talvez tivesse chegado do mesmo modo que a praia.
- Você existe mesmo?
Selena seria capaz de estrangulá-lo se ele falasse "hã" de novo, ele sentou-se no braço do sofá e sua pele tocou a dela. Ele era real! Incrivelmente, nos últimos dias, real era a palavra que ela mais temia.
- Você vai ter que me responder algumas questões, moço. - ele assentiu e ela continuou - Você sabe quem é e como chegou aqui?
Para seu desespero ele não sabia e tremia de frio, estava nevando lá fora e as roupas que ele vestia não estavam adequadas à temperatura, tinha de arrumar roupas para o rapaz antes de lhe perguntar qualquer outra coisa.
Foi para o quarto de Demi e procurou em seu guarda-roupa, as roupas que seu ex-namorado havia esquecido lá. Entregou-as ao rapaz que olhou aqueles panos sem saber o que fazer. Provavelmente ele não sabia nada sobre a vida. O que estava acontecendo? O problema era com ela?
- Pode se trocar no banheiro.
- Trocar?
- Você ao menos sabe falar?
- Algumas palavras apenas.
A dificuldade com que ele falava era comovente. Perguntou-lhe se sabia se vestir e ele afirmou. Não podia deixá-lo sozinho no apartamento, levaria-o consigo para clinica, podia deixá-lo no quartinho que havia nos fundos, ele ficaria lá assistindo televisão enquanto ela trabalhava. Era um plano perfeito. Na verdade não perfeito, mas o melhor que poderia ter naquele momento e com aquelas condições.
Tomou um banho rápido e se agasalhou, quando saiu do banheiro encontrou o garoto na sala brincando com a água. Quando estivesse voltando para casa passaria na loja onde comprara as telas para averiguar a história.
- Você vem comigo. Como se chama mesmo? - perguntou enquanto trancava o apartamento.
- Eu? É como se houvesse um branco na minha mente.
- Não consegue se lembrar de nada?
- Apenas o meu nome.
- E qual é? – perguntou ela.
- Nick.
Depois de andarem três quarteirões, enfim chegaram à clínica. Selena abriu a porta devagar com medo de mais surpresas, mas nada de anormal aconteceu. Enquanto vestia o jaleco branco ela observou-o brincar com os animais, ele era diferente das outras pessoas. Talvez fosse porque ele não era real.
- Nick, fique aqui enquanto trabalho. - Selena abriu a porta do quarto e mostrou-lhe a geladeira, a televisão e o banheiro. Ele observou tudo atentamente e começou a assistir televisão depois que ela saiu.
A neve começou a se acumular na frente da clínica trazendo o frio. Talvez no quarto estivesse mais quente.
E realmente estava. Nick ria a valer assistindo a um filme de comédia bem antigo. Sim, ele era mesmo diferente.
O tempo passou depressa e quando se deu conta, estava em casa com Nick, comendo um sanduíche. Ela bocejou e viu que o dia havia sido bem longo.
Ensinara-o a abrir uma lata de refrigerante, mostrara como se fazia um sanduíche e ensinou-lhe como os carros funcionavam.
Era hora de dormir e talvez, por obra divina, tudo tivesse acabado no dia seguinte.
Mas não foi que aconteceu.
Quando acordou, Nick dormia no sofá e parecia tão lindo. Mas não devia nutrir tais sentimentos por ele. O que devia fazer no momento, era preparar o café da manhã e esquecer que aquele homem lindo estava deitado na sua sala tão tentadoramente.
Fritou os ovos e o bacon, preparou café e tomou cuidado para não cair na água. Assim que se sentou a mesa ele acordou. Por que aquilo acontecia com ela? Será que já não tinha problemas suficientes? Não. Sorrindo para Nick, ofereceu-lhe café e ovos. Tinham muito a fazer naquele dia, então precisavam se alimentar bem. A semana passou depressa, Selena ensinou muita coisa a Nick e se divertiram muito. Foram a um parque de diversão na sexta feira e Nick parecia uma criança irradiando felicidade. Tentou ensinar-lhe a andar de bicicleta, mas não deu certo, só serviu para boas risadas. O fluxo de serviço na clínica aumentou e o humor de Selena, que quase sempre era muito ruim, melhorou significantemente.
Era tarde da noite e ambos estavam no quarto de Selena observando algumas pinturas antigas.
- Assisti a um filme romance hoje.
- Se diz romântico. - riu ela.
- Aprendi algo novo hoje. Posso mostrar?
Selena assentiu com a cabeça e ele se sentou mais perto e encostou seus lábios nos dela. O beijo foi amedrontado no início, mas conforme ambos foram relaxando o beijo começou a se tornar sensual. Selena mal podia acreditar que estivesse beijando Nick, se sentia atraída por ele, mas reconhecia que ele era inocente, quase uma criança mentalmente.
- Devo pedi-la em casamento agora?
Rindo, Selena tirou os braços dele de torno do pescoço dele.
- Não é necessário tudo isso.
- Então posso beijá-la novamente.
- Pode - rindo ela envolveu-o mais uma vez enquanto sentia os lábios dele nos seus. Por que se sentia daquele jeito em relação a ele? Não queria nem saber o motivo. Os lábios dele percorriam seu pescoço e finalmente Selena parou para pensar que não havia ido até a loja da velhinha ver o porquê das telas serem mágicas. - O que foi? - ele perguntou.
- Você... - foi interrompida por um sonoro grito. Demi havia chegado e estava parada em frente à porta olhando tudo a sua volta.
- Como foi de viagem? - desconversou antes que a amiga se exaltasse.
- Aqui... Virou uma praia?! - gritou ela procurando na bolsa os costumeiros comprimidos para enxaqueca - Acho que a pergunta certa a se fazer é: como isso virou uma praia?
Selena coçou a cabeça procurando uma resposta para uma pergunta sem resposta.
- Bem... Acho que foram os quadros.
Demi ficou parada por alguns instantes e depois começou a andar em direção à cozinha. Enquanto isso, Selena explicava como encontrara a casa naquele estado depois de ter pintado o quadro da praia.
- Ainda bem que você não pintou Hiroshima!
- Pintei mais uma coisa.
Nick adentrou a sala um pouco acanhado e Selena sentiu mais uma vez aquela sensação esquisita. Ele estava maravilhoso nas roupas novas que comprara para ele dois dias atrás.
- Este é Nick. Minha outra pintura.
Demi o analisou de cima a baixo, era modelo e sabia quando o homem tinha potencial. Aquele além de bonito e dono de um charmoso ar tímido, parecia ser bem sensual. Estava provado que não era comum.
- Pinte um desses para mim também, amiga, estou precisando.
Selena deu graças a Deus pelo humor de Demi ter passado, mais tarde pensaria no pedido dela, agora o que mais queria era dormir.
- Amanhã, agora eu vou dormir. - Deu uma longa beijoca amiga e depois outro mais longo, sensual e na boca de Nick.
Antes de adormecer profundamente fez uma prece pedindo a Deus para que conservasse Nick sempre perto de ti. Um cheiro bom de bolo chegou até ela pela manhã fazendo com que despertasse. O seu relógio havia sumido e o tapete continuava boiando. Chegou à cozinha e encontrou Demi tirando um apetitoso bolo de chocolate de dentro do forno.
- Cadê o Nick?
- Primeiro: Bom dia para você também. Segundo: o seu amigo foi buscar rosas para você e depois foi abrir a clínica.
O olhar de Selena se fixou no enorme buquê de rosas em cima da mesa. Todos os seus antigos namorados não chegavam nem aos pés de Nick.
- Ele te ama. – a amiga disse sorrindo.
- Eu criei ele! E duvido muito que isso seja mais do que um agradecimento.
Demi chegou com dificuldade até perto da amiga e colocou a mão em seu ombro com carinho.
- Amiga, conheço mais do amor do que qualquer um e esses argumentos não convenceram nem a você mesma. - Selena se virou para a amiga e Demi continuou o que dizia - Ele está apaixonado e você também. O que mais você quer? Estou super contente por você ter enfim, uma vida pessoal. Se você tem o amor o resto vem mais fácil, não é?
Imediatamente Selena se lembrou do aumento do fluxo de trabalho na clínica e que um cliente levaria um cãozinho naquela manhã.
- Tenho que ir. – disse por fim, mas antes deu um abraço na sua melhor amiga. Demi realmente a conhecia muito bem.
Selena tomou um banho rápido e foi correndo para sua clínica. Chegou ao mesmo tempo que o pequenino paciente. Pediu a Nick para levá-los até o consultório enquanto ela vestia o jaleco. Atendeu o cãozinho receitou-lhe apenas um analgésico e foi conversar com Nick, porém, se sentia tímida e embaraçada na frente dele.
- Obrigado pelas flores.
- Fico feliz que tenha gostado. - Só então ela reparou que ele já não tinha mais aquela dificuldade para falar, ele era um homem, o seu homem e não uma criança.
- Sua memória... - ela começou, porém não conseguiu continuar. Aquele era um assunto que nunca trataram.
- Ainda é um branco. Na minha mente só há uma pessoa, e essa pessoa é você. - ele se aproximou e tocou os cabelos dela. Seus olhos brilharam com um intensidade assustadora.
Os lábios deles se encontraram com delicadeza. A cada vez que aquilo acontecia Selena já não tinha certeza de quem era ou do que fazia. Estaria mesmo apaixonada como Demi havia dito? Quem saberia dizer?
Nick a soltou e voltou a colocar preço nas coleiras. Ele era tudo o que queria, porém não sabia se aquelas telas tinham prazo de validade. Se tivessem, o que aconteceria com Nick?
A última coisa que queria era que dele esaparecesse, como seus antigos namorados. Estava se apaixonando por alguém que era bom e sincero e parecia estar sendo correspondida. Rezando, hábito que vinha se repetindo muito por sinal, pediu para que ele não desaparecesse. Nunca havia amado daquela forma, não suportaria se ele fosse embora.
Ele sorriu e Selena reforçou o pedido a Deus mentalmente.
Mais uma semana passou. Selena dava desculpas a Demi diariamente, não queria desenhar outro homem que não fosse Nick e de tão ocupada que estava com a clínica, o namorado e as desculpas, esqueceu-se de ir à loja da velhinha. Telas mágicas era a última de suas preocupações. Nick era o que tinha de mais importante, beijá-lo, abraçá-lo e acariciá-lo eram sua ânsia diária. A todo momento, o medo de perdê-lo a fazia desejar Nick mais e mais.
Naquela tarde, por causa de uma dor de cabeça, Nick foi para casa mais cedo. Mesmo preocupada, Selena ficou, pois ainda havia dois clientes. Após o expediente e antes de fechar a clínica, Selena resolveu ligar para saber o estado de Nick.
- Venha para cá o mais rápido possível. – a voz de Demi disse a alertando. Assustada com o que ouviu, ela fechou a clínica e correu para casa. Assim que abriu a porta não encontrou a habitual areia. O que estava acontecendo? Onde estava a sua praia? E onde estava Nick?
Encontrou Demi sentada no sofá com o rosto entre as mãos. Angustiada, Selena sentou-se ao lado da amiga e as lágrimas começaram a rolar, estava com medo e tinha certeza de que Nick já não estava mais consigo.
- Onde ele está?
- Deixei-o no quarto, não consegui vê-lo desaparecer aos poucos, me fez mal, e se eu fosse você, não iria também.
Ignorando o conselho da amiga, Selena foi até seu quarto e o encontrou quase transparente, não conseguia mais vê-lo, mas ainda podia escutá-lo. - Selena... Está aqui?
- Sim, meu amor. - respondeu
- Quero que saiba... Que amo você... E que te amarei de onde... Quer que eu esteja... Entendeu?
- Sim, eu te amo também. Não vá! – o grito dela ecoou pelo quarto de maneira doentia, ela não poderia perdê-lo. Não agora. Não agora que o seu coração finalmente tinha encontrado a sua metade. Ele era tudo para ela, não podia deixá-la.
- Amor... – a palavra ecoou no quarto e de repente parou. O seu verdadeiro amor havia partido.
Saiu do quarto desesperada, e foi para o seu quarto de pintura, pegou as telas em branco e começou a pintá-las freneticamente. Demi olhava a cena da porta sem coragem para pronunciar uma única palavra.
Depois que ela utilizou todas as telas e nada aconteceu, Demi resolveu interferir, pegou a mão da amiga e a segurou bem forte.
- Vamos, é meia noite, você nem ao menos jantou.
- Não quero jantar, eu só quero Nick de volta. - disse calmamente como se a amiga não compreendesse se ela falasse mais rápido. Um grito estava preso em sua garganta e ela não conseguia respirar.
Demi abraçou a amiga, sentia muito por ela, mas não havia nada a fazer.
- Ainda bem que você não desenhou um para mim - Demi riu e Selena sorriu triste. - Ei! Por que não vai, enfim até a loja da velhinha?
- É uma boa idéia.
Selena sentou-se no sofá onde antes Nick costumava dormir e passou a mão levemente. Por que fora se apaixonar? Sabia que não devia, quando o conhecera a sua mente já lhe havia dado um alerta, mas não quisera escutar e sabia o que estava acontecendo, o amor machuca quando menos esperamos. Esperava a mínima chance para quebrar os nossos corações.
Depois da metade da noite sem conseguir parar de chorar, Selena enfim conseguiu dormir. Sonhara com Nick, estava se casando com ele de véu e grinalda, com tudo o que tinha direito e ele estava lá. Real, como sempre fora. Real e dela. Fora o sonho mais lindo que tivera.
Passavam das oito quando acordou, tinha de ir trabalhar, mas antes de ir resolveu ir até a loja da tal velhinha. Adiara por muito tempo aquela visita, talvez se tivesse ido antes, Nick ainda estivesse consigo.
A senhora estava sentada numa velha cadeira de balanço lendo um grosso livro, aproximou-se devagar e a velha se levantou.
- Demorou.
- A senhora disse algo?
- Eu disse que você demorou, eu te esperava no dia seguinte ao da compra das telas, mas você demorou semanas.
Selena olhou assustada para a senhora e não conseguiu entender bem o que ela dizia.
- E então? O que pintou? Flores, animais? Houve uma que pintou frutas, pobrezinha comia maçãs e uvas diariamente.
- As telas eram mesmo mágicas?
- Claro! Garota, eu conheço quem precisa de magia em sua vida só de vê-la. Quando você chegou aqui eu senti sua solidão. Precisava das telas. - Selena suspirou e a mulher continuou após limpar a garganta duas vezes - Pelas olheiras e o inchaço dos olhos vejo que pintou algo muito importante para você e que se foi. Andando de um lado para outro, Selena tentava organizar as idéias, não que isso fosse fácil considerando o estado de sua mente.
- Essas telas tinham prazo de validade? O que eu pintei...
- Desapareceu. Eu entendo. - A velhinha foi atrás do balcão e voltou com um quadro de uma mulher abraçada com um homem louro - Essa mulher sou eu, ganhei as telas de um simpático senhor e pintei esse quadro. É incrível como pintamos casais apenas quando estamos sozinhos. Numa manhã quando acordei vi esse homem ao lado da minha cama. Agradeci aos céus e me apaixonei por ele imediatamente. No começo foi lindo, até que um dia ele desapareceu e com ele outras coisas que eu havia pintado. Foi difícil para mim e está sendo para você também.
"Grande dedução", pensou Selena, porém não era hora para sarcasmo e ironias, foi até o carro e pegou as telas em branco. Tudo o que havia pintado desaparecera completamente de lá, as telas pareciam novas.
- Aqui estão, talvez outro precise delas tanto quanto precisei - depois de deixar as telas em cima do balcão, ela se dirigiu a saída.
- Ei, espere! Tome! - a senhora arremessou-lhe uma pedra que Selena segurou no ar - segure firme e mentalize o que você mais quer.
Não era difícil saber em que ela estava pensando: ver Nick novamente. Era o remédio de que necessitava para curar a dor alucinada do seu coração.
- Tome de volta, nunca se sabe quem precisara de amor novamente. Nem de magia - rindo, Selena atravessou a porta que se fechou com um estrondo.
- É Samuel, a vida é surpreendente, não?
- Mais do que imaginamos. Mais do que imaginamos. - Um homem grisalho alto aproximou-se da senhora e lhe deu um leve beijo nos lábios - Ele voltará, eu voltei.
- É meu amor, você voltou. - abraçados como na tela o velho casal andou até a cadeira de balanço.
Selena ligou o rádio do carro numa estação bem romântica. Não tinha a mínima vontade de abrir a clínica, um dia de folga não faria mal, afinal não tinha nenhum cliente para aquele dia.
Aquele dia era, de longe, o pior de sua vida, o mais triste, o mais solitário e o mais deprimente. Andou de carro durante horas comendo bombons de vários tipos. Talvez uma overdose de calorias resolvesse.
Mas não resolveu. O mês terminou, Demi viajou novamente, sua clínica estava cada vez mais próspera e ela até contratara funcionários.
E também estava planejando reformá-la. Naquela manhã um arquiteto iria até o local para avaliar e projetar a ampliação tão sonhada por Selena.
Já fazia dois meses que não via Nick, sentia falta, mas sabia que precisava esquecê-lo, pois aquela lembrança não era saudável.
Uma de suas funcionárias chamou-lhe a atenção informando que o arquiteto havia chegado. Ele havia sido muito bem recomendado por um amigo.
Selena olhou-se no espelho e arrumou alguns fios soltos do seu coque. Andou devagar até a sala onde o homem a esperava. O arquiteto estava olhando para uma tela pintada por ela onde ela e Nick, caminhavam para o pôr-do-sol. Assim que se deu conta de que havia mais alguém na sala ele se virou.
O sorriso sociável, que a face dela estampava antes, deu lugar a uma expressão de incredulidade. O arquiteto se parecia muito com Nick e isso a tinha deixado assustada.
- Prazer, Nick Jonas, o arquiteto.
- Selena Gomez, a cliente - ela se afastou da tela e sentou-se atrás da mesa - Vamos começar?
- Claro. - ele ia se sentar, mas parou e olhou-a fixamente - Eu não a conheço?
- Não. Me lembraria de você. Onde disse que mora mesmo?
- Eu ainda não disse - ela riu envergonhada e ele se sentou enfim - Moro no litoral.
Selena riu da ironia do destino, além de ser parecido com Nick ele ainda morava no litoral. Apostava que o destino ria a valer daquela situação.
Esquecendo do passado, Selena empenhou-se no projeto da ampliação, Nick trabalhava muito bem e era muito simpático adaptando as idéias dela da melhor maneira possível.
Enfim o arquiteto acabou as anotações e se levantou esticando a mão para ela, nervosa, Selena estendeu a sua também, apertando as mãos.
- Muito obrigado.
- É o meu trabalho. - ele respondeu sorrindo - Mudando de assunto: ainda tenho a impressão de que conheço você. Pra termos certeza de que é apenas impressão por que não marcamos um jantar?
- Pode ser. - ela respondeu tentando ser reservada, mas no momento o que mais queria era agarrar Nick e beijá-lo. Era incrível como ele se parecia com o seu Nick. - Na quinta está bom para você?
- Está ótimo, te busco às oito.
Selena saiu de trás da mesa e despediu-se dele com um delicado beijo no rosto.
- Cheguei ontem na cidade e dormi num hotel ótimo, mas estava sem sono, liguei a televisão e assisti a um filme romântico.
- Romance. - disse ela baixinho como ele dissera quando o beijou pela primeira vez. Lembraria eternamente daquilo.
- Aprendi algo novo. - Selena abriu a boca apalermada, parecia que estava vivendo um flashback daquela noite com Nick.
De repente, o arquiteto puxou-a de encontro ao peito, o beijo começou suave, como da primeira vez depois a sensualidade predominou.
- Eu te amei, Selena, estava longe, mas te amei. - ele disse abraçando-a mais.
- Quer jantar hoje, passar a noite e me prometer amor eterno? – ela disse direta mal podendo acreditar que o seu Nick tinha voltado para seus braços. Ainda parecia mentira, mas os beijos dele em seu rosto a provavam que era mais real do que pensava.
- É a melhor proposta que já ouvi. – ele riu.
- Somos destinados um para o outro?
- Somos, tenho certeza. – abraçando-a ele a beijou mais uma vez. Eram sim destinados um ao outro.
Depois de passar a melhor noite de sua vida com Nick, Selena e ele decidiram tirar o dia seguinte de folga e irem a um piquenique. Assim que chegaram ao parque encontraram a velhinha e o homem grisalho. O sorriso que Selena já estampava aumentou ainda mais.
 - Eles voltam, querida. - disse ela após concordar com Selena - Não quis falar antes, mas sabia que ele voltaria.
- Acho que foi a pedra.- riu Selena.
- Acredito que foi o amor. – Nick entrou na conversa com um sorriso.
Selena o abraçou mais forte e ambos se despediram do casal idoso. Enquanto Nick abria o lençol xadrez no chão, ela o observava, ele tinha razão, o amor trazia o amado de volta.
- É, foi realmente o amor que a trouxe de volta. - ele comentou.
- Mesmo que fosse a pedra, eu sempre voltaria para você.
Nick abraçou-a novamente e sentaram-se no lençol. Selena tinha sua verdadeira obra de arte, o amor de Nick.

                                                                       Fim




Gente vocês não sabem o quanto estou feliz pelos comentarios e por estarem gostando! Obrigado!

Ana':Obrigado linda, eu também amo sua história, rsrs que tombo ein.. você que tem talento, amo seu blog e os cabeçarios que você faz, são muito divos! Sua opnião é muito importantes! Xoxo
Jolia: Muito obrigado já postei, espero que ache lindo esse também ^.* Xoxo
loola.peereira-lm: Nossa não sabia que era tão talentosa assim, só gosto de expressar bem as coisas no papel, já que escrever é a unica coisa melhor que sei fazer, não mereço tantos elogios fofa, mesmo assim estou grata pelo carinho!! Xoxo
Living Selena: Fico muito feliz que tenha gostado, eu amo sei blog é muito divo haha já postei espero que goste, Xoxo
#Cris#: Obrigado FLOR haha já está postado Xoxo 
Lαri Musso .: Já postei DIVA, espero que supere suas expectativas uahsuash, tambem gosto de historias diferentes como as dos seus blogs! Xoxo

Resultado + Sinopse

Bom Nelena ganhou a votação então vou portar a sinopse, eu particulamente amo essa historia que criei, é uma historia magica e muito linda, espero que agrade a vocês.

Sinopse : Selena é veterinaria, mas o seu maior hobbie é a pintura. Uma simpática senhora lhe ofereceu ótimas telas mágicas e sua pintura se tornou realidade, na forma de um lindo rapaz, que vocês devem prever quem seja.

Quem está ancioso para fic comente, talves ainda poste hoje. 

xoxo

domingo, 20 de março de 2011

Enquete/votem logo

Olá amadas seguidoras, quero muito postar uma outra fic aqui, mas para isso vcs irão ter que votar na enquete ao lado.Votem por favor.Bjos!

sábado, 19 de março de 2011

Sweet London - Nelena

Chovia muito. O céu era cortado por relâmpagos constantemente, iluminando as casas e conferindo um ar fantasmagórico às ruas desertas em que eu entrava. Não enxergava muito bem através da cortina de água à minha frente. Fiz o possível para tentar me manter seca, mas o vento empurrava as gotas para todos os lados e meu guarda-chuva já tinha quebrado. Coloquei meu sobretudo bege por cima da cabeça, mas não foi muito útil. Quando a chuva começou a ficar mais forte, procurei uma marquise e corri para me proteger. Era uma rua de tower houses dos dois lados. Todas iguais e brancas. Os telhados altos mantinham uma parte estreita da calçada seca. Foi para lá que corri. Meu cabelo grudado no rosto atrapalhava minha visão ainda mais e, enquanto corria, tentei afastá-lo dos meus olhos. Foi quando esbarrei em algo.
- Ai!
Quando consegui abrir os olhos e tirar o sobretudo da cabeça, pude ver que era um garoto. Praticamente da minha altura, só alguns centímetros mais alto. O cabelo dele também molhado e espalhado no rosto. Os olhos semicerrados, a roupa completamente encharcada. Foi assim que o conheci: o acaso brincando mais uma vez com nossas vidas.
- Desculpa, desculpa, eu não te vi. - tratei de me desculpar.
- Não tem problema. - respondeu ele, educadamente.
- Que chuva, hein! - comentei distraída. Passei a mão no cabelo molhado e procurei no bolso o papel do endereço que procurava.
- Típico de Londres pregar essas peças no meio da noite. - disse ele, me observando - Precisa de alguma ajuda?
- Não, não, estou bem. Eu acho... - respondi, ainda procurando o papel - Só preciso achar um endereço. Meu Deus, eu tenho certeza que o botei no bolso.
Não demorou para que eu achasse o papel: úmido, amassado e manchado.
- Droga! Está ilegível. Nunca vou chegar desse jeito.
- Desculpa me intrometer, mas para onde você pretendia ir?
- Para a... espera, eu nem te conheço. Não posso sair por aí falando para onde vou para o primeiro cara que encontro no meio da chuva.
Ele riu. Achou graça de como eu falava e da minha hiperatividade numa noite fria e mal-humorada.
- Tudo bem, não precisa me falar.
Meu celular tocou alto. Tinha me esquecido dele e me sobressaltei ao perceber que ele ainda funcionava.
- Alô. Oi. Não, desculpa, mas acho que eu nem vou conseguir chegar aí. Não pode passar o teste para amanhã? Ou para semana que vem, não sei.
Ouvi a resposta com atenção.
- Por favor, eu quero muito fazer o teste. Eu sei, eu sei, mas eu prometo que não importa o quanto esteja chovendo da próxima vez, eu dou um jeito.
Sorri aliviada ao ouvir o consentimento do outro lado da linha.
- Tudo bem. Mesmo endereço e mesma hora, certo? Ok, estarei aí. Muito obrigada.
Desliguei o telefone e por alguns segundos esqueci da companhia do garoto, até ele tossir. Talvez para chamar minha atenção. Talvez não.
- Qual é seu nome mesmo? - perguntei.
- Acho que eu não deveria sair por aí falando o meu nome para a primeira menina que encontro no meio da chuva. - respondeu ele, divertido. Na verdade, ele realmente parecia se divertir com a situação.
Eu ri e foi a primeira vez que olhei longamente para ele. O cabelo caído na testa, as gotinhas escorrendo por um rosto ao mesmo tempo delicado e rígido, a feição séria e amigável, as mãos no bolso da calça. A cena congelou meu olhar. Ele era lindo. Alguma coisa me dizia que eu podia confiar nele. Uma dessas muitas coisas que não podemos explicar.
Então, estendi minha mão e disse:
- Eu sou a Selena, prazer.
- Nicholas. - disse ele, apertando minha mão.
- Então, Nicholas...
- Pode me chamar de Nick.
- Nick. Vai passar a noite aqui?
- Pelo que eu estou vendo, é provável.
- Hum... Então está bem! Tchau.
Já tinha colocado meu sobretudo por cima da cabeça, mas quando fiz menção de sair, ele me segurou.
- Espera, onde você vai?
- Tem um pub na esquina de uma rua aqui atrás. - apontei para o outro lado das casas - É melhor do que ficar embaixo de uma marquise.
- Posso ir com você? É que eu não conheço Londres muito bem. Só o caminho para o hotel.
- De onde você é?
- Sou americano.
- Sabia! Seu sotaque não nega. Já fui aos Estados Unidos algumas vezes. Principalmente à Broadway. É um dos meus lugares favoritos para se apresentar.
- Atriz?
- Sim.
- Legal! Você é daqui mesmo?
- Sou. Nascida e criada em Londres. Não podia ter pedido um lugar melhor, com todo o respeito ao seu país.
- Tudo bem. - ele sorriu e eu não pude deixar de sorrir com ele.
- Vamos então? - eu já ia andando na frente - Aproveita que o vento parou.
A chuva continuou a cair forte e os trovões pareciam sacudir as ruas. Andamos pouco até chegar em um pub aconchegante chamado Silver Cross.
Entramos e pendurei meu sobretudo no cabide ao lado da porta. Nick fez o mesmo com seu casaco e me acompanhou. Estava quente e pouco movimentado ali. Sentei no balcão e Nick se ajeitou na cadeira ao lado.
- Selena! Não esperava por você aqui hoje. - disse Harry, o barman já conhecido meu das muitas vezes que eu ia ali com a companhia de teatro.
- Nem eu Harry, nem eu! Mas essa chuva causa muitos imprevistos. O que você tem para esquentar aí?
- Eu posso te esquentar rapidinho se quiser...
Fiz cara de quem não gostou da brincadeira, mas logo ri.
- Bobão.
- Ah, valeu a tentativa. - ele piscou e eu sorri sem graça - Ok, a outra opção é o drink novo com vinho e refrigerante que eu inventei. Quer provar?
- Só se for agora! Vai beber o que? - me virei para Nick.
- Hã... o mesmo que você...
- O mesmo para o nosso amigo americano aqui. - pedi a Harry, que assentiu com a cabeça do fundo do balcão, onde preparava os copos.
De repente, tive vontade de rir ao olhar para Nick e não pude controlar.
- O que foi? - perguntou ele, sem entender.
- Você está muito perdido aqui, não é?
Ele riu.
- Não é legal rir de um turista perdido, Selena. Ainda mais quando ele perdeu o telefone.
- Ai, que droga! Desculpa. Amanhã alguém com certeza já achou aí é só você ligar para ele. Mas me conta, você não disse o que você faz.
- Sou cantor.
- Nossa, que maneiro! Também gosto de cantar, mas só nos musicais.
- A minha vida é um musical. Eu tenho uma banda com meus irmãos e nossa, eu não sabia que dava tanto trabalho se firmar no ramo.
- É eu sei como é isso... Qual é o nome da banda?
- Jonas Brothers.
- Bom, então imagino que seu sobrenome seja Jonas.
- É sim.
- Dois Harry's Hot (Tradução: Harry é gato) saindo. - anunciou o barman, colocando as bebidas cor de púrpura na frente deles.
- Harry's Hot? Não tinha um nome pior não Harry?
Eu e Nick rimos.
- Pelo menos assim você vai ter que falar que eu sou gato sempre que pedir. Eu penso em tudo. - apontando para os cabelos ruivos.
- Claro! - bebi um gole - Meu Deus, Harry! Você pode não ter talento com os nomes mas isso aqui está demais! - e bebi até sentir minha garganta arder.
- Está ótimo, cara! - concordou Nick.
- Muito obrigado, eu...
- Harry! - alguém chamou lá de trás.
- Ih, é o chefe. Preciso ir, daqui a pouco eu volto para atrapalhar o namoro de vocês. - e olhou sério para Nick, que não soube como reagir e simplesmente sorriu sem jeito.
- Harry, o karaokê está funcionando? - gritei, antes que ele sumisse pela porta dos fundos.
- Está sim! - respondeu e saiu.
- Pelo jeito, ele gosta de você. - comentou Nick.
- Nada! É só brincadeira. - disse, mesmo não estando completamente segura disso.
Bebemos os drinks e pedimos outro depois que o Harry voltou. Conversamos e rimos até a meia-noite, quando o lugar começou a encher de pessoas animadas e algumas animadas até demais.
- Sabe o que está faltando aqui? - perguntei animada. Não sabia se era efeito da bebida ou por estar me divertindo com Nick a noite inteira.
- Música!
- Como você sabia?
Ele encolheu os ombros e respondeu.
- Só chutei.
- Então vem - disse, puxando-o até o karaokê velho no pequeno palco onde costumava haver apresentações ao vivo.
- O que? Não, eu não vou cantar, Sel.
- Ah, vai sim!
- Mas eu... não, canta você.
- Como assim? Um cantor com vergonha de cantar? Galera! - gritei no microfone já ligado e em segundos fez-se um silêncio total - Quem está a fim de um showzinho para esquentar essa madrugada?
As pessoas sóbrias responderam não tão eloquentemente quanto os bêbados, que gritaram a plenos pulmões que concordavam com a idéia.
- Está vendo? A platéia já te ama. - dei um tapinha no ombro dele, coloquei o microfone na sua mão e já me preparava para pular do palco quando ele me puxou com tanta força que eu colidi com seu peito, desajeitada.
- Ai, desculpa, Sel - disse ele, passando a mão pela minha testa com delicadeza. Naquele momento, fiquei com uma vontade inexplicável de abraçá-lo, mas controlei meu impulso.
- Tudo bem. Agora canta.
- Mas o que?
- O que você quiser.
- Ah, se eu vou cantar, você também vai. - disse ele, entregando-me o outro microfone. Pensei por algum tempo e concluí que poderia ser divertido então, programei o karaokê no volume máximo e comecei a cantar com o ritmo que tremeu as paredes e fez com que as pessoas se aproximassem, levantando seus copos, balançandos suas cabeças, pulando, dançando e cantando junto em uma gritaria histérica banhada por sotaque britânico


From underneath the trees, we watch the sky
(Debaixo das árvores, nós vemos o céu)
Confusing stars for satellites
(Confundindo estrelas com satélites)
I never dreamed that you'd be mine
(Eu nunca sonhei que você seria minha)
But here we are, we're here tonight
(Mas aqui estamos nós, nós estamos aqui hoje à noite)
Singing, amen, I ... I'm alive
(Cantando, amén, Eu... Eu estou vivo) [2x]


Olhei para Nick e ele já parecia mais confortável. Cantamos o resto da música juntos, fazendo expressões e tons de voz exagerados. Todos cantavam juntos e, de repente, aquele pub se tornou o mais animado de Londres.

[Chorus:]
If everyone cared and nobody cried
(Se todos se importassem e ninguém chorasse)
If everyone loved and nobody lied
(Se todos amassem e ninguém mentisse)
If everyone shared and swallowed their pride
(Se todos dividissem e engolissem seu orgulho)
We'd see the day when nobody died
(Nós veríamos o dia em que ninguém morreria)
I'm singin' a..
(Estou cantando a...)
Amen, I ... Amen, I ... I'm alive
(Amém, eu...Amém, eu...Eu estou vivo) [2x]

And in the air the fire flies
(E no ar os vagalumes)
Our only light in paradise
(Nossa única luz no paraíso)
We'll show the world they were wrong
(Vamos mostrar ao mundo que eles estavam errados)
And teach them all to sing along
(E ensinar todos eles a cantar junto)
Singing amen, I ... I'm alive
(Cantando amém, eu... Eu estou vivo) [2x]

[Chorus x2]

And as we lie beneath the stars
(E enquanto estamos deitados embaixo das estrelas)
We realize how small we are
(Nós percebemos o quão pequenos somos)
If they could love like you and me
(Se eles pudessem amar como você e eu)
Imagine what the world could be
(Imagine o que o mundo poderia ser)

[Chorus x2]

We'd see the day, we'll see the day
(Nós veríamos o dia, nós veremos o dia)
When nobody die
(Quando ninguém morreria) [3x]


Para minha surpresa, assim que a última nota da música soou e eu e Nick já estávamos tão suados quanto se estívessemos acabado de sair da chuva lá fora, ele me agarrou pela cintura e me beijou intensamente. Seus lábios tinham gosto de vinho e, em segundos, era como se tivessem acendido uma fogueira bem embaixo dos meus pés. Eu não queria me desvencilhar. Deixei que seus lábios se embolassem nos meus enquanto os clientes do pub gritavam. Apertei o cabelo dele e me inclinei para trás, por cima de seu braço que envolvia minha cintura, devido a voracidade com que me beijava. O suor molhara nossos cabelos. Segurei o rosto dele com as mãos e senti o suor escorrer, mas nada poderia me fazer querer parar aquele momento.
Nos beijamos até ter nos afastado o suficiente para que Nick enrolasse o pé na cortina atrás do palco e caísse de costas.
- Ai, meu Deus! Nick, você está bem? - perguntei, rindo, junto com todas as pessoas que observavam a cena.
Ele ria descontroladamente, me fazendo rir ainda mais.
- Estou, estou... acho que sim. - gargalhamos enquanto ele se levantava, meio tonto - Você é maluca.
- Não precisa me dizer - disse, e coloquei meus braços sobre os ombros dele, puxando-o até mim e beijando-o longa e delicadamente.
Então, desvencilhei-me do beijo e puxei-o pela mão até o balcão onde estávamos sentados há pouco. No meio do caminho, uma menina alta de cabelos muito pretos me parou.
- Você não é a Selena?A que fez a protagonista do remake do "Fantasma da Ópera"?
- Sou eu mesma.
- Nossa, você mandou muito bem! Fiquei arrepiada com a sua interpretação.
- Que fofa! Obrigada.
- Pode me dar um autógrafo?
Assinei um guardanapo meio amassado e continuei arrastando Nick até o balcão. Quando já sentados, conversamos mais um pouco.
- O "Fantasma da Ópera", hein!Isso é... grande!
- Eu sei. Suei para conseguir esse papel e... O que foi? - perguntei, ao perceber que Nick me encarava sério, sem piscar.
- É que eu acabei de perceber o quanto você é linda! Meu Deus,você é realmente linda!
- Acho que alguém está meio bêbado...
- Não, não estou. É sério. Seus olhos... não consigo parar de olhar para eles e o jeito como você fala comigo, com todo mundo. Não liga quando as pessoas te reconhecem e aceitou que um americano sem graça como eu te acompanhasse até um lugar onde você cantou com ele. Você é maluca! E eu... eu realmente gostei disso. Gostei de tudo em você.
Eu não soube o que fazer. Fiquei meio tímida e simplesmente beijei Nick mais uma vez, como se nunca quisesse esquecer o doce dos lábios dele. Foi quando olhei por uma pequena janela ao lado da porta de entrada: um raio de luz vacilante adentrou o lugar e pude notar estava amanhecendo. A chuva tinha cessado e eu tinha um teste naquele dia.
- Nick, tenho que ir. Já está amanhecendo.
- O que? - Ele se virou rápido para a porta, notando o raio de sol - Mas por quê? Eu queria...
- Desculpa, mas eu realmente preciso ir. - passei a mão pelo rosto dele mais uma vez - Me acompanha?
- Claro. - ele respondeu,com um sorriso não muito satisfeito.
Tiramos nossos agasalhos do cabide e deixamos todos para trás. O sol deliciosamente quente bateu em nossa pele, como que lutando com o vento gelado que passava correndo. O dia nascia no final da rua e nós nos limitamos a admirá-lo por alguns segundos.
- Acha que vamos nos ver de novo? - ele perguntou,sem tirar os olhos do sol.
- Quem sabe? - respondi - Quando você estiver com seu rosto estampado em capas de CD.
- E você com o seu estampado nos cartazes das maiores produções da Broadway.
- É, quem sabe...
Ele me beijou, eu o beijei e assim, sem falar palavra, nos separamos. Eu segui para onde o sol nascia; ele, para onde a lua se punha.
- Ah, Londres, como eu te amo! - eu pensava no caminho, com um sorriso nos lábios.
Olhei para trás e vi Nick andar devagar, com as mão no bolso. Mas o que eu não vi é que ele também sorria, por ter acabado de perceber que ele ficara com meu celular.
- É, acho que teremos que nos encontrar de novo. - pensava ele.
Pelo menos, foi o que ele me disse na manhã seguinte.

 

                                                                   Fim


Espero que gostem dessa fic, demorei um pouco para faze-la.. hehe comentem o capitulo e que quiser por favor divulgue esse blog.^.^

xoxo

quinta-feira, 17 de março de 2011

Olá Seguidores!

Bom, sou nova no ramo de blog.. mas amo escrever histórias, e tenho varios cadernos com elas.. vou postar uma short fic daqui a pouco é Nelena, só avisando vou postar fi's de varios casais diferentes, mas se preferirem um só fixo, comentem.. a sinopse q fiz é bein curta:

Apenas uma noite de tempestade e uma ajuda do acaso. Foi tudo o que precisaram, Selena e Nick.

espero que gostem.. bjos!